ZOUK
A lambada brasileira recebeu influências dos ritmos afro-caribenhos. Ela é resultado da fusão do carimbó paraense (originário, por sua vez, de ritmos africanos e indígenas) com ritmos importados da América Central, como a cumbia, o mambo e o merengue. Dançada nos forrós do norte e nordeste, entre outros ritmos, desde os anos ’50 mais ou menos (alguns pesquisadores dizem que desde uma ou duas décadas antes disto), com o passar do tempo ela foi-se modificando, até chegar à forma de dançar que conhecemos e que faz sucesso, até hoje, no exterior. Em meados da década de 1980, a lambada começou a ser muito apreciada pelos turistas que íam a Porto Seguro, na Bahia. Foi a época em que aquela cidade passou a ser um dos pontos turísticos mais importantes e visitados do Brasil, tanto pelos próprios brasileiros como por estrangeiros. Como conseqüência, a lambada não demorou a ser levada para os centros urbanos mais importantes (primeiro para São Paulo, logo em seguida, para o Rio e outras capitais), que passaram a “importar” lambadeiros de Porto Seguro para fazerem espetáculos e ensinar a dança nas lambaterias, que começaram a se multiplicar.
A partir de 1989 e do sucesso internacional do grupo Kaoma (criado por empresários franceses, que lançaram e divulgaram a lambada no exterior), ela tomou de assalto os palcos e locais de dança do mundo inteiro. Concursos de lambada tornaram-se freqüentes e muito populares. Por volta de 1993/94, no entanto, a contagiante e sensual dança começou a decair em popularidade. O Kaoma havia sido desfeito, as gravações de novas músicas de lambada para consumo dos dançarinos começaram a rarear. Como alternativa, os lambadeiros passaram a experimentar dançar ao som de outros ritmos de marcação assemelhada à da lambada. Foi a época em que as gravações do grupo cigano espanhol Gipsy Kings fez sucesso entre os dançarinos de lambada.
A busca por músicas para continuar dançando lambada passou por vários ritmos caribenhos, especialmente aqueles provenientes de ilhas que foram colonizadas por franceses, daí a denominação de “lambada francesa” dada pelos lambadeiros ao se referirem a esses ritmos, de início. Entre eles, destacou-se o zouk, de origem afro-caribenha e vindo da Martinica (ilha também colonizada pelos franceses). É muito parecido com a lambada, embora mais lânguido e sensual, de andamento menos rápido e acabou se firmando entre os dançarinos como a melhor alternativa. Os movimentos da lambada foram-se adaptando ao zouk. É bom que se registre, entretanto, que o zouk dançado em sua terra natal é diferente e não se assemelha à forma de dançá-lo dos brasileiros, com movimentos provenientes da lambada.
Atualmente, embora o modismo tenha passado, há bailes específicos para os muitos adeptos da dança. Toda uma nova geração de dançarinos já conheceu os movimentos da antiga lambada ao som do zouk.